terça-feira, 26 de abril de 2011

5º Workshop Mundial em Medicina Oral - Atuação dos Clinicos no Mundo.

Um dos motivos mais importantes do encontro da AAOM foi a realização do Workshop em MO. Já no Encontro da Academia Européia em Londres, no ano passado tinha sido apresentada a realização deste importante evento paralelo, que continuou em atividade e, em San Juan, foram mostrados alguns de seus resultados.
A normatização para a área da Medicina Oral, um dos objetivos que este Workshop deseja alcançar, é uma das prioridades do projeto, pois a divulgação aos Cirurgiões Dentistas que pretendem se iniciar nesta área de atuação depende do esclarecimento do que ela realmente é. Esta padronização também se faz necessária para informação aos pacientes que necessitam de tratamento de profissionais com este tipo de formação. Além disso, em nível local, a própria formatação da capacitação em Odontologia Hospitalar, que tem sido discutida no Brasil, depende da compreensão que este termo pretende alcançar, em nível mundial.
 Atualmente o uso da denominação Medicina Oral sem muitos critérios e variando enormemente entre as regiões do globo, onde é praticada. Esta realidade ficou patente na apresentação do Dr. Eric Stoopler, da Pensilvania, “Investigação internacional da prática de Medicina Oral”, exibida no encontro. Vejam o artigo original em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1601-0825.2011.01795.x/pdf.

 
Palestra do Dr. Eric Stoopler sobre a investigação do exercício clínico mundial em Medicina Oral (*).
Na apresentação foram informados dados estatísticos interessantes como o aumento do número de especialistas em Medicina Oral na Índia e a presença maciça de fomento governamental para a formação em Medicina Oral existente em alguns países como China, Reino Unido e Croácia. Vê-se também um grande investimento estatal no financiamento ao atendimento prestado aos pacientes no Reino Unido, Croácia e Suécia, ao contrário de Espanha, Índia e Israel onde os pacientes arcam com a maioria dos custos.
Foram mostradas também as percepções de definição de Medicina Oral nos diversos países, segundo o relato dos especialistas em Medicina Oral pesquisados. Alguns deles, como Reino Unido, Holanda, México e Grécia, tem a noção de que o atendimento ao paciente com comprometimento sistêmico não seria do escopo da Medicina Oral. Ao contrário de Israel, Índia, Itália, Espanha, Brasil, Canadá, EUA, Croácia e Tailândia onde a maior parte dos especialistas entenderam que este atendimento também seria da pertinência da MO.
No geral, avaliando o tempo despendido durante as atividades práticas dos especialistas em Medicina Oral consultados, o tratamento das lesões de mucosa oral e o controle da dor orofacial, foram as atividades onde houve o maior tempo gasto para o atendimento aos pacientes.
O trabalho teve um viés muito forte por não ter envolvido profissionais de outras áreas da Odontologia cujo conhecimento médico aplicado a Odontologia tem sido cada vez mais exigido, como a Periodontia Médica, a Dor Orofacial, a Odontogeriatria, e Especialistas em pacientes especiais, que atuam dentro ou fora do ambiente hospitalar. A inclusão destes profissionais poderia mudar em muito a visão da MO.
CONCLUSÃO:
Nota-se que a AAOM possui uma visível tendência que a aproxima do que conhecemos, aqui no Brasil, como Estomatologia, porém vários de seus pesquisadores e divulgadores fazem questão de enfatizar que a Medicina Oral é uma área de conhecimento que abrange também o atendimento ao paciente com comprometimento sistêmico, a dor orofacial, a odontologia hospitalar, a analgesia inalatória e a própria odontogeriatria. Basta vermos o vasto conteúdo escrito com estas orientações, nos livros publicados, ou editados, por autores como Sonis, Malamed, Little, Silverman e Greenberg, a maioria deles membros da AAOM, sendo este último, junto com Glick, o responsável pela edição do livro publicado originalmente, há mais de 70 anos por Lester Burket (o Pai da Medicina Oral) na década de 30 passada, que tratava também do paciente com comprometimento sistêmico e os protocolos de parceria entre Odontologia e Medicina.
Outra tendência forte da AAOM, que é evidente aqui no Brasil, e que foi mencionada no artigo é a forte presença de profissionais do meio acadêmico nas entidades ligadas a Medicina Oral (no nosso caso a SOBEP) e atuando principalmente nestas instituições. Isto faz com que uma visão de mercado da Medicina Oral não seja tão privilegiada, gerando dúvidas nos novos profissionais sobre sua viabilidade como carreira fora do meio acadêmico ou mantida por financiamento governamental. Vejam o que dizem os autores:
“Em primeiro lugar, um esforço deveria ser feito em pesquisas futuras para se obter uma definição consensual internacional do exercício da medicina oral e seu potencial como uma prática clínica em tempo integral, em vez de uma prática, principalmente em tempo parcial, exercida por especialistas em instituições acadêmicas.”
 A abertura da Medicina Oral às outras especialidades interessadas nos protocolos Odontologia-Medicina, já citadas acima, seria uma forma de disseminar este campo de conhecimento, fundamental a todas elas.
 Quem quiser ajudar na revisão da tradução envie um comentário para este post solicitando a prévia de tradução.
(*) fotografia obtida a pedido da organização do evento.
Mais informações entre no site medicinaoral.com.br e acompanhe as atualizações no mundo sobre MO(medicina oral) e OH ( odontologia hospitalar)

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